Ademilde Fonseca foi mais um dos artistas que deixaram o nordeste com grande sucesso local em pequenas rodas para ganhar o país através do Rio de Janeiro. A diferença está na vitalidade e na ousadia raras nas mulheres nascidas na década de 1920.
Ainda adolescente a pernambucana criada em Natal (RN) já integrava grupos de seresteiros.
Escoltada pelo marido violonista, Laudimar Gedeão Delfim, encontrou rapidamente lugar entre artistas e diretores musicais cariocas graças à melodia suave, trinado extraordinário e alta extensão vocal, além da dicção perfeita.
Enfim, era talhada para se destacar no gênero mais complexo do caleidoscópio musical brasileiro.
Amiga e parceira musical da alta estirpe do chorinho, como Waldir Azevedo e Jacob do Bandolim, Ademilde é tratada como rainha da geração que moldou a chamada “Era de Ouro do Rádio”, entre o final dos anos 1930 até meados dos 1950, quando o cinema e a bossa nova relegaram os gêneros mais populares ao segundo plano.
Ademilde nunca parou. Cumpria agenda de shows e gravações para TV quando morreu, aos 91 anos, vítima de mal súbito em casa, segundo a família.
O primeiro sucesso da Rainha do Chorinho, “ Tico-tico no Fubá”, de Zequinha de Abreu, gravado em 1942:
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