A lógica nos diz que 1 chuchu = 1 chuchu. Olhando a foto ao lado fica evidente que insistir nisso é desprezar a inteligência.
A Polícia Civil ressalta que não há vítimas no confronto de torcidas na capital paulista no último fim de semana, pois os que participaram estavam dispostos a enfrentar armados o risco à vida.
A premissa empana o fato de que a segurança pública foi agredida à luz do dia por duas quadrilhas de nomes e endereços conhecidos que se organizam há anos para cometer crimes de depredação e morte.
A PM já revelara despreparo no caso. Sabia que a briga estava marcada, não sabia quando nem tinha certeza de onde aconteceria.
Houve tempo de sobra e indícios suficientes de que aconteceria o que aconteceu. Faltou inteligência para impedir a violência e a resposta induz à distorção a inteligência da população.
As ações policiais na reintegração de posse em Pinheirinho, na invasão da reitoria USP e na abordagem à cracolândia dividiram opiniões, mas não quanto à falta de inteligência. Ressalto inteligência aqui entendida como informação, e não como sensibilidade, que passou longe desses episódios. As operações denotaram desconhecimento sobre as lideranças, o perfil, a organização, a força e o arsenal dos ocupantes.
A resposta do governador diante de todos os fatos citados, bem como de outros de alta repercussão negativa seguiu a mesma lógica: anúncio de alguma medida tomada anteriormente, citação de algum número e afirmação de que tudo será apurado com rigor.
O discurso do governador parece um algoritmo disposto a afastar a lógica da inteligência de muitos por muito tempo.
Matematicamente, a filosofia já enunciou a impossibilidade. A eficiência desta estratégia está esgotada.
Incontestável é a premissa 1 clássico = 2 mortes. Por enquanto. Há ainda duas vítimas internadas. Se não, vítimas da briga, pela lógica do policiamento atual, vítimas da ineficiência da segurança, pela inteligência geral. Como todos os paulistanos também são, logicamente.
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