Bolsa Família fora da Copa


A presidenta Dilma Roussef manteve a meia-entrada para estudantes e idosos na venda de ingressos para os jogos da Copa do Mundo sob a justificativa de que a suspensão de leis municipais e estaduais sobre o tema é inconstitucional. Alegando dificuldades de operacionalização, ela vetou ainda na Lei Geral da Copa a criação de quotas especiais para venda de ingressos com desconto. Pela lei aprovada na Câmara, idosos, estudantes e beneficiários do Bolsa Família teriam direito a pelo menos 10% dos ingressos a preços populares, o que contrariaria a autonomia de estados e municípios.
Além de limpar o processo de certa demagogia e descomplicar a venda, o governo federal reduziu o poder de barganha das sedes com a FIFA. A organizadora internacional do evento, na prática, passa a ter maior controle sobre o volume dos descontos com a venda antecipada de ingressos.
Se respeitaram princípios federativos, os vetos também atropelaram o Estatuto do Torcedor, ao manter a venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante o torneio.
Outros dois pontos vetados foram sobre as regulações da mão de obra voluntária contratada para os jogos e na expedição de vistos a estrangeiros, que voltam a seguir as leis vigentes.
O governo pode alardear a defesa da autonomia nacional. A FIFA, sorrir com a manutenção de seus contratos comerciais.

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