Os nós da Libertadores

A rodada da Libertadores insinua que o maior adversário dos brasileiros na Libertadores são eles mesmos. Questões de ordem tática, técnica e conjunto internos têm impedido os clubes de concretizarem o favoritismo.
Mesmo na mais acirrada disputa das oitavas de final, entre os times mineiro e paulista, a vitória depende mais da correção dos próprios erros do que de uma avaliação do oponente.

Cafungando no cangote de Bernard, o São Paulo quase atropelou o Atlético Mineiro no Morumbi. Impedindo a chegada da bola nos pés dos armadores adversários, dominou a partida e, não fosse a voadora de Lúcio, em gesto de estupidez futebolística, seguiria para a segunda partida em Minas bem mais tranquilo. O galo em casa ganha um reforço psicológico capaz de travar o embalo tricolor. Porém, Ney Franco achou o caminho: além da marcação, velocidade e avanço pelos flancos com bolas enfiadas na diagonal, furando a defesa em linha e as falhas nas bolas altas da zaga.

Cuca precisa criar alternativas para surpreender o esquema paulista.  É na tática que deve se concentrar, uma vez que sua equipe tem mantido o rendimento e a performance em alto nível. É a hora de mostrar poder de figurar entre os principais treinadores do país.

O confronto, de longe a melhor disputa da Libertadores até aqui, apesar de favorecer o Atlético, segue parelho, sem favoritos.  Dela mereceria sair o campeão.

 O equatoriano Emelec tem se apresentado melhor que os tradicionais argentinos, mas não é um São Paulo ou Atlético. A vitória por 2 X 1 sobre o Fluminense pode ser contestada por causa do pênalti duvidoso por qualquer um, menos pelo clube.  O tricolor carioca parece priorizar o campeonato estadual. Joga melhor lá do que na Libertadores. Fred é o melhor atacante do momento, no entanto, o grupo tem talentos o bastante para superar a ausência. A questão não é tática ou estratégica, é o desempenho da equipe.  O que leva a crer que o grupo se ressente mais é da liderança em campo do artilheiro.

Problema parecido tem o Grêmio. Um timaço no papel, bem armado, com lampejos de grande futebol, mas desempenho pífio mesmo na vitória. O pênalti que resultou na expulsão de  Cris é o exemplo de falta de visão de conjunto. Não há um líder dentro de campo para controlar as atitudes individuais.

A confusão em que se meteu Luxemburgo na partida contra o Huachipato, levando à suspensão do treinador, só piora a situação.

 
O Palmeiras está um passo à frente nesse processo. Entendeu a limitação do grupo e começou a trabalhar centrado em suas próprias possibilidades. Independentemente do local ou do adversário, o técnico Gilson Kleina prioriza a criação e a repetição de jogadas e a formação do time, buscando um padrão.  Modestamente, do empate no México nasce a expectativa de que pode avançar na competição.
 


 

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