As circunstâncias e as oportunidades levaram à seleção jogadores
leves, mais talentosos. Eles fazem a diferença.

Individualmente, os australianos não serviram como prova,
mas de teste razoável ao equilíbrio
entre marcação e retomada de ataque. Os
mais franzinos fecharam espaços e travaram os contragolpes também dos
portugueses. A seleção, porém, não
aguentou o ritmo, caindo vertiginosamente no segundo tempo. Se na primeira metade o farejador de gols Cristiano
Ronaldo teria encontrado chances de levar a partida a outro resultado, na
segunda, poderia ter virado o placar.
Voltaremos ao tempo de privilegiar a agilidade dos pequenos em detrimento
do porte físico, principalmente ao enfrentar europeus?
Rubens Minelli quebrou este conceito privilegiando o porte
dos jogadores no Internacional-RS campeão brasileiro em 1975 e 76. Nessa época
tomava corpo o confronto futebol-força X futebol-arte, com Telê Santana já se
destacando do outro lado do ringue.
Cláudio Coutinho, de disciplina militar e conceitos
cartesianos criou uma terceira via tática, de técnica matemática, que poderia
ter sido o rumo da escola nacional. Sua morte prematura no mar, durante um
mergulho pesqueiro, levou junto suas ideias.
Telê retomou a frente, mas a queda da seleção de 82 enterrou
o futebol arte e ascensão dos princípios defendidos por Parreira.
Felipão, zagueiro da geração dirigida por Minelli, realizou
o futebol-resultado. Sabe aproveitar o talento individual, mas sem perder a
mordedura jamais.
Repete a fórmula aliado a Parreira, com Bernard, Oscar e
Neymar, sem esquecer Hulk, Fernando e
Hernanes, que, a bem da verdade, estão acima dos cabeças de bagre.
Davi Luiz ainda não se encaixou na equipe, o sistema
defensivo sinalizou mais uma vez contra Portugal que está desarrumado. Isso o
tempo pode ajeitar.
O futebol dos talentosos é que precisa evoluir e, este exige
mais tempo. Especialmente Neymar e Bernard,
terão que crescer individualmente para superar o que faltar como grupo.
Dos maiores e mais pesados, basta entrosamento.
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