
O conceito explica a extrema habilidade política na costura
de acordo entre partes radicalmente contrárias para por fim ao apartheid.
A flexibilidade na
condução do movimento é exemplar e também parece espelhar o ubuntu. Mandela se
opunha à luta armada no início, mas aderiu a ela após um massacre de negros
pelos afrikaners. Deixou a tática quando
percebeu a possibilidade de voltar a dialogar.
O feito histórico e a morte dão uma aura santa ao Madiba,
quase uma contraposição ao ubuntu. A resposta dele às manifestações de
idolatria eram um sorriso terno e um aceno, como a corroborar um tuíte recente
do Papa Francisco: “Os Santos não
são super-homens. São pessoas que têm o amor de Deus no coração, e transmitem
esta alegria aos outros.” Por extensão,
ubuntu.
Acusações de má
gestão da coisa pública e agressões ao caráter o vitimaram como ao polonês Lech
Walesa e agora a Lula, dois nomes à altura de Mandela na visão de vários
estudiosos mundo afora.
Os mesmos ataques
atingiram Mahatma Ghandi, que antes do nascimento de Mandela já tinha iniciado
o embate pela igualdade na África do Sul, devido à discriminação racial ao
numeroso contigente de imigrantes indianos.
O alerta precedeu a conquista da independência da Índia através do
princípio da não-violência.
Se o maior líder
do século XX foi Gahndi ou Mandela não importa. O que nos deixam está, mais uma
vez, em uma premissa de Fracisco na rede social: “Ser Santo não é um privilégio
de poucos, mas vocação para todos”. Ubuntu.
0 Comentários