
O torneio da Fifa foi um grande workshop para os técnicos. A
compactação das equipes avança para o campo adversário e, finalmente, aproveita
melhor o atacante mais habilidoso. As partidas estão mais eletrizantes e bem
disputadas.
Os jogadores ainda não estão totalmente adaptados. Faltam pernas e
fôlego para manter o ritmo nos noventa minutos. A perda da posse de bola
frequentemente pega a defesa correndo de costas e deixa uma faixa livre entre a
primeira e a segunda linha da retaguarda. A recomposição é um dos pontos que
mantêm as equipes nacionais ainda atrás dos times de ponta da Europa, mas
treino e tempo podem ao menos reduzir a diferença.
A ideia de que um armador é melhor que dois desarmadores no
meio está reaparecendo. Como tem acontecido em várias profissões, é preciso
investir na melhor qualificação dos atletas. Exige uma reformulação nos
critérios de seleção e preparação pelas categorias de base.
Cruzeiro e Atlético, dois dos melhores times do país desde a
temporada passada, têm se preocupado em alterar o mínimo possível seus elencos
e características de jogo. O entrosamento e a identificação com o clube e a
torcida dão energia extra quando necessário.
As duas partidas entre Flamengo X Atlético e Santos X
Cruzeiro resgatam a vontade de ir ao estádio, de acompanhar os jogos pela TV.
Dá uma vontade boa de que cheguem logo os confrontos finais.
É muito bom ter outra vez a expectativa de ver um time
campeão por seus próprios méritos, incontestavelmente garimpados nos gramados. Embora seja prematuro afirmar não se tratar apenas de uma lufada de ar fresco, não se pode negar que nosso futebol entrou em ciclo virtuoso dentro das quatro linhas.
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