Legado da Copa


Bola no chão, pequena melhora na qualidade dos passes, mais velocidade e agressividade em detrimento dos contra-ataques como única e principal estratégia. O futebol brasileiro respira, subiu de nível depois da Copa. Vinha melhorando aos poucos e foi um espetáculo na última rodada da Copa do Brasil.

O torneio da Fifa foi um grande workshop para os técnicos. A compactação das equipes avança para o campo adversário e, finalmente, aproveita melhor o atacante mais habilidoso. As partidas estão mais eletrizantes e bem disputadas.
Os jogadores ainda não estão totalmente adaptados. Faltam pernas e fôlego para manter o ritmo nos noventa minutos. A perda da posse de bola frequentemente pega a defesa correndo de costas e deixa uma faixa livre entre a primeira e a segunda linha da retaguarda. A recomposição é um dos pontos que mantêm as equipes nacionais ainda atrás dos times de ponta da Europa, mas treino e tempo podem ao menos reduzir a diferença.

A ideia de que um armador é melhor que dois desarmadores no meio está reaparecendo. Como tem acontecido em várias profissões, é preciso investir na melhor qualificação dos atletas. Exige uma reformulação nos critérios de seleção e preparação pelas categorias de base.

Cruzeiro e Atlético, dois dos melhores times do país desde a temporada passada, têm se preocupado em alterar o mínimo possível seus elencos e características de jogo. O entrosamento e a identificação com o clube e a torcida dão energia extra quando necessário.

As duas partidas entre Flamengo X Atlético e Santos X Cruzeiro resgatam a vontade de ir ao estádio, de acompanhar os jogos pela TV. Dá uma vontade boa de que cheguem logo os confrontos finais.

É muito bom ter outra vez a expectativa de ver um time campeão por seus próprios méritos, incontestavelmente garimpados nos gramados. Embora seja prematuro afirmar não se tratar apenas de uma lufada de ar fresco, não se pode negar que nosso futebol entrou em ciclo virtuoso dentro das quatro linhas.

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