
O Brasil pareceu mais compactado e ágil do que realmente foi,
por causa da configuração em que o atacante participa mais da armação e da marcação do que o
típico camisa 9, enfiado entre defensores. O esquema em voga mundo afora não ampliou opções na
costura de ataques nem ofereceu perigo. Ao contrário, tomamos sustos e bola na
trave quando expostos a velocidade oponente. Não havia do outro lado talento
suficiente para testar o pânico que caracterizou o grupo de Felipão, ainda
assim a equipe bateu cabeça sem a posse da bola. Não há tempo ainda de
treinamento para dar sincronia necessária ao grupo e exigir mais da equipe. No
entanto, é exagero dizer que a seleção evoluiu desde a Copa e reencontrou o
caminho para um lugar entre as grandes.
O calendário da Fifa e a dificuldade de unir os jogadores
espalhados por quase todo o planeta permitem dizer que a Copa América, em junho
de 2015, é logo ali. Aproveitaria melhor
o tempo se evitasse esquecer o passado recente. A vergonha da derrota
acachapante para a Alemanha deve servir de lição e nortear o trabalho técnico e
psicológico, e não ser empurrada para debaixo do tapete.
Os traumas existem e precisam ser enfrentados. Ignorá-los
levam a situações bizarras como o episódio da tarja de capitão e Thiago Silva.
O zagueiro reclamou da reserva e da transferência da função a Neymar. O
treinador o repreendeu dizendo que ninguém tem garantias na seleção, mas deu-lhe
a tarja durante a partida. Os fatos revelaram o melindre com que se leva a
retomada devido aos 7 X 1.
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