Irresponsabilidades

Opinião


Se amenizar o rombo de 120 bilhões nas contas é impossível, por outro, está aprovado. Ineficácia ou incompetência das medidas econômicas, é  bastante para que a oposição faça mais do que bravatas.

  A dívida está aí e devem ser discutidos os meios de pagá-la e evitar que a sangria continue. A inflação e a retomada do crescimento, idem.

 Se a oposição tem planos, que os apresente e derrote o governo nas votações em plenário. Esperamos por elas desde a campanha eleitoral.  

Escorar-se no impeachment é tergiversar sobre questões angustiantes aos mais de 200 milhões de brasileiros. Trata-se de desonestidade e manipulação perversa. Cada um dos segmentos da sociedade, de todos os níveis de educação, poder aquisitivo e engajamento ideológico já foi às ruas. Estão todos à beira do confronto. Têm ocupado corredores no Congresso.

Imaturidade

O senador Aécio Neves revela inacreditável imaturidade política para o momento. Obcecado em reverter sua derrota, não diferencia sangrar o governo de sangrar os cidadãos.

 Há em seu partido nomes com histórico e conhecimento para compreender melhor e lidar com a situação com a delicadeza ora exigida. No mínimo, que enxergam o país como um todo.

O governador de São Paulo parece não ser um deles. Como pode agora radicalizar no confronto com os estudantes que em nenhum momento se mostraram hostis? Bombas e cassetetes contra os menores em qualquer tempo são inadmissíveis. Em estado de beligerância social, é irresponsabilidade.

Impeachment

O desrespeito à responsabilidade fiscal, argumento que baseia o pedido de impeachment, disparado em clima óbvio de vingança, não pode ser moralmente aceito como pretexto para a alternância de poder no regime estabelecido, ao menos agora. 

Governos anteriores assumiram de público terem usado o mesmo artifício. Não assim, tão ostensiva e volumosa como agora, dizem os defensores do andamento do processo. Mas, se livrar da multa com cafezinho para o guarda é ilegal, imoral ou engorda tanto quanto receber depósito ilícito de U$ 5 milhões em conta Suíça.

 O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, lembra em seu discurso que vários governadores vivem o mesmo quadro.

Lava-Jato

As apurações das denúncias de crimes na Lava-Jato prosseguem. Se houver provas contra a governante, ou de alguma forma ela dificultar as investigações, que seja defenestrada. Sua impopularidade não justifica quebrar a democracia.

Muito menos induzir a uma guerra civil. Como se não bastasse,falando pelo governo o ministro Wagner declarou que arregimenta sua tropa.