Arregace as mangas, Pizzi!

Copa América Centenário



Sampaoli, maior desfalque do Chile

As arquibancadas clamaram durante todo o Chile X Argentina por Messi. Machucado, ele ficou no banco. Não fez falta à equipe.

 A bem da verdade, o argentino de ausência mais sentida foi Jorge Sampaoli, ex-treinador do Chile. 

Ele levou embora o futebol da seleção chilena. A troca de passes refinada e objetiva, a marcação adiantada e o entrosamento que tiraram o Chile de eterna promessa não vingaram. Do trabalho de três anos do técnico ficaram a autoconfiança e a disciplina tática. 

É pouca coisa para bater a Argentina com sua história e uma safra que consegue manter alto nível independente de Messi. 

As duas seleções cumpriram as expectativas de que fariam a melhor disputa da primeira rodada da Copa América Centenário.  Jogo veloz, com equipes bem postadas, verticais e agressivas.  O duelo empolgante e parelho foi até pouco mais dos trinta minutos do primeiro tempo. 

Os chilenos perderam fôlego, como uma equipe inexperiente que não soubesse dosar o ritmo da partida. Faltaram também a remodelação tática e as alternativas de jogadas que marcaram a seleção nos últimos anos.

À falta de gás e previsibilidade dos andinos juntou-se o dia ruim de Aránguiz. O volante perdeu quase todas as disputas, se perdeu na marcação, permitiu os contra-ataques e errou passes. Ao lado de Vidal, não conseguiu iniciar as armações de ataque. Pinilla foi sobrecarregado e, bem marcado, teve dificuldade de fazer a transição e tabelar com Alexis Sánchez. 

O enfrentamento aberto e franco beneficiou o grupo de Martino, que dominou o meio campo e, a partir da distribuição quase infalível da bola ao ataque, não goleou por obra do goleiro Claudio Bravo e de finalizações infelizes de Higuaín, Banega e mesmo do eficiente Di Maria, autor do primeiro dos gols que deram a vitória por 2 X 1. 

Com a eficiência de Mascherano, o segundo volante Banega ganhou espaço para avançar e meter a bola sempre pela esquerda, a Di Maria. Com o domínio claro do tabuleiro desde o fim do primeiro tempo, foi questão de tempo para matar o jogo, mesmo com a dificuldade de entrar na área chilena.
Com Agüero em lugar de Higuaín, quase aos trinta do segundo tempo, aumentaram os chutes de fora da área e a superioridade saltou aos olhos. 

O Chile já tinha sucumbido quando na bola alta na área argentina, o goleiro Romero saiu mal e Fuenzalida, substituto de Aránguiz, cabeceou para diminuir. 

Apesar de derrotado e sem encantamentos, o Chile ainda é forte e competitivo.
E tem espaço para se encontrar no torneio diante das sofríveis seleções da Bolívia e do Panamá, protagonistas da partida nível várzea também ontem. 
O também argentino Juan Pizzi que arregace as mangas...