Sem medalhas



 A olimpíada no Rio acabou. Em menos de 30 dias começam os jogos olímpicos. Espero que tenhamos melhor sorte. 

A olimpíada são os negócios e sua organização. O grande evento gerador de oportunidades de incremento da economia direta e indiretamente e de projeção política do país e da cidade sede. É também a justificativa para repensar e modernizar os equipamentos públicos e privados. Todo este esforço termina quando chegam os atletas e visitantes.
  
Tendo Barcelona 92 como medalha de ouro no quesito, o Rio foi ‘terrível’ .  A classificação foi cunhada pelo anfitrião-mor dos jogos no Brasil, o prefeito Eduardo Paes, não sem razão. O transporte, aguardado desde a Copa, não veio.  Saúde e segurança pioraram. 

A rigor, na olimpíada do Rio não levamos uma mísera medalha. O país abalroado pelo golpe político teve a realidade aumentada no exterior com o evento.  Se permitiu o aprofundamento dos fatos no estrangeiro, desconstruiu a imagem de país democrático. 

A marca da olimpíada no Rio seria a recuperação do meio ambiente. Nem a Lagoa Rodrigues de Freitas foi salva. Não bastasse, a infraestrutura consumiu parte das reservas naturais urbanas, coisa que praticamente só o Rio entre as metrópoles tem, ou tinha. O ouro ficou com Londres 2012 e seus projetos sustentáveis.

As obras nacionais, dependuradas nos recursos públicos e superfaturadas, atrasaram e as empreiteiras tiveram contas bloqueadas. O Estado quebrou. Menos mal que o ouro na modalidade fique com Atenas 2004.  

Além da violência e da criminalidade ascendentes, o medo da zika reduziu a expectativa do número de visitantes. A Embratur, que até dois anos atrás falava em um milhão de turistas, anunciou em Los Angeles, no fim de junho, esperar ao menos 350 mil, graças a isenção de vistos para Canadá, Austrália, Estados Unidos e Japão. Segundo apuração da BBC, cerca de 30% dos ingressos ainda não foram vendidos. 

Ainda bem que temos bons atletas.