Fator Selic


Investidores e mercado financeiro apostam que o Comitê de Política Monetária anunciará hoje queda entre 0,25% e 0,5% da taxa básica de juros. A Selic em 14,25%, a maior desde outubro de 2015, é mantida desde julho do ano passado.

A redução de 0,25% implica na queda média de 5% dos juros anuais para o consumidor enforcado no cartão de crédito ou no cheque especial. Não refresca. O cheque especial cobra em média 320% de juros; o cartão de crédito, 475%. Por mês, respectivamente, mais de 12,5% e 16%. Mais que o dobro da inflação anual, de acordo com o Banco Central.

O relatório Focus do BC aponta inflação na descendência, projetando até o fim deste ano índice anual na casa dos 7%, e em torno dos 5% para 2017. Esses, por sua vez, são menos da metade da Selic atual.
Ou seja, espaço para uma queda brusca da Selic existe. Historicamente, registram economistas, a taxa de juros é de cerca de 3% acima da inflação.

Por baixo, o Copom tem espaço para cortar 4,25% hoje e voltar para um dígito no ano que vem.  Prevalece a ortodoxia, no entanto, recomendando queda lenta e gradual.

Para os empresários,  queda nos juros não bastam. Insistem no dólar a R$3,70 para se tornarem competitivos.  Para incentivar a produção, exigem que a moeda americana chegue aos R$ 4,00. 
Claro, desde que a PEC 241 e as reformas da Previdência e das leis trabalhistas sejam aprovadas como propõe o Governo Federal.


Por ora, transitamos entre as inacreditáveis situações de inflação com recessão e incentivo ao consumo com estagnação na produção e emprego.