Médicos na UTI


56,5% dos médicos formados em São Paulo não poderiam exercer a profissão se o exame de avaliação aplicado pelo Conselho Regional de Medicina de SP fosse obrigatório. Eles não acertaram o mínimo de 72 questões em 120 de  múltipla escolha. O nível da prova era de fácil a médio. O estado forma quatro mil médicos por ano. É referência em medicina no Brasil.
O exame foi aplicado pelo Conselho Regional de medicina de SP.

O vazamento da tomografia cerebral da ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta na semana passada, e o médico que nas redes sociais torceu pela morte dela são reflexos do despreparo, segundo o coordenador do exame, professor Bráulio Luna Filho.   


Índices

São Paulo tem 46 faculdades de medicina. Foram avaliados 2.677 médicos das 30 escolas que já diplomaram profissionais. 16 não formaram ainda a primeira turma.

80% deles não souberam ler exame de radiografia. 
63% não conseguiram interpretar uma tomografia do abdômem. 
75% não sabiam o que fazer em paciente com deficiência respiratória. 
 70 % não souberam lidar com um hipertenso. 25% dos brasileiros sofrem de pressão alta.


Denúncias

 O exame explica uma estatística preocupante. O Cremesp recebe 16 denúncias relativas a mau atendimento médico por dia. O médico é mal formado, tem más condições de trabalho e os hospitais são mal equipados.
Segundo Mauro Aranha, presidente do Cremesp, o corte de gastos no orçamento do governo federal torna o futuro ainda mais sombrio.

  16 escolas pontuaram o mínimo de 60% ou mais. Dez, públicas. Todas as 14 reprovadas são particulares. Cobram em média seis mil reais por mês.


Febre amarela

A pior média de acerto entre nove áreas avaliadas foi quarenta e nove, em saúde pública e epidemiologia. Médicos mineiros admitiram que o surto de febre amarela em Minas Gerais se espalhou por causa da demora em identificar a epidemia. São Paulo registrou sete mortes pela doença este ano.

Desde o primeiro exame, há doze anos, a qualificação profissional é uma curva ascendente, causada pela explosão de faculdades sem quantidade de professores qualificadas para ocupá-las, diagnosticou Bráulio Luna. Em relação a 2015, o exame reprovou 8,5% mais médicos recém-formados.