Copa 2018 -
A seleção brasileira jogou o que se esperava dela. No bolão,
apostara que terminaria em 0X0. É equipe cuja defesa tem falha de
posicionamento, com a lateral aberta nas costas de Marcelo, sem alternativas no
banco capazes de mudar a estratégia e dependendo do lance individual de um
craque.
Contando com a sorte, se não é dia de Neymar, a seleção pena. Os
adversários tratam sempre de reduzir o fator sorte parando o camisa 10 com
faltas.
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Tite: agora,só na conversa Foto: Fifa.com |
O início da partida mostrou o time procurando o lado direito
com Willian, e, pressionando na saída de bola, teve volume suficiente para
fazer crer ter encontrado uma forma de escapar da arapuca desenhada para a
Copa, a retrancas à espera do contra-ataque.
O Brasil teve a oportunidade de
fazer o segundo gol quando, do cruzamento da esquerda, Paulinho tocou cruzado.
Bastava Gabriel Jesus escorar. O atacante, no entanto, não tem rendido o que pode. Firmino deve ganhar a posição.
Após o jogo o técnico Tite admitiu que no pênalti reclamado
em Jesus cabia interpretação. Mas considerou injustiça o empurrão em Miranda na
jogada que resultou no empate da Suíça. Empurrões em escanteios são comuns,
também estão sujeitos a interpretação. A utilização de vídeo, o VAR, não é a
solução definitiva para as dúvidas, como se tem falado, mas, se não constatou
falta determinante, reclamar de sua falha desvia a atenção do que de fato levou
ao gol de Zuber.
Danilo e Thiago Silva não marcavam ninguém. O goleiro
Alisson não saiu para cortar, como prevê os fundamentos para as bolas na
pequena área.
Surpreendente foi a seleção brasileira não reagir ao gol
tomado. Pareceu ter se deixado abater. Tite afirmava que o time estava
mentalmente forte. Este é talvez o problema mais grave a ser enfrentado até o
próximo jogo. Técnica e taticamente, não há tempo para treinar variações significativas.
O Brasil está atrelado ao desempenho individual.
O resultado de 1X1 na estreia não é desastroso, mas a
previsibilidade da seleção pode obrigá-la a ter que superar um placar adverso
ainda na fase de grupo. Sem força emocional suficiente, não há como cada
jogador crescer durante a competição, como o treinador planejou. Até porque a
competição acabaria mais cedo para o Brasil.