O atentado

Política


 Ainda que em estado de exceção, o atentado ao candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, em Juiz de Fora, é inaceitável, seja como ato isolado, ação opositora ou estratégia montada pela própria vítima. O PSOL, partido ao qual o agressor teria sido filiado entre 2007 e 2014, foi o primeiro a repudiar o ato. Embora adepto da ideologia de ruptura via confronto de classes, não há registros de incitação à violência no ambiente institucional.

 O autor da facada a Bolsonaro teria declarado inspiração divina, segundo a Polícia Federal. O esclarecimento do caso urge, mas o que restava de racionalidade nas eleições parece irrecuperável. Coroa a partidarização do incêndio no Museu Nacional e a condição de cabo eleitoral assumida por Temer ao fomentar bate-boca com o candidato Geraldo Alckmin.

O tucano coligado ao Centrão foi atingido na jugular pelo atentado em Juiz de Fora. Ficou complicado atacar o adversário esfaqueado com o discurso da violência. A vitimização do candidato nazi-liberal imobiliza também os postulantes ao centro, Marina e Ciro.

O PT, com sua própria vítima, deve fortalecer sua militância na defesa dos ataques que devem se acirrar por parte dos bolsonaristas.


A um mês da votação, o número de variantes imponderáveis aumenta. É uma eternidade. Os brasileiros temos que viver 15 minutos de cada vez.