Opinião
A demissibilidade do ministro da Saúde foi mais danosa hoje ao país do que o próprio Covid-19. Oficialmente foram mais 67 vítimas fatais do vírus nas últimas 24 horas, entramos no período previsto para a elevação do número de casos, mas o Ministério anuncia para semana que vem maior flexibilidade no isolamento proposto pela OMS em localidades com metade dos leitos por ora não ocupados.
Ainda faltam máscaras, equipamentos de proteção aos profissionais de saúde e ventiladores.
O Brasil não pode ficar à mercê do que parece um arranjo de gabinete, a esta altura, não se sabe ao certo nem costurado por quem, que ao mesmo tempo desidrata e mantém Mandetta na pasta.
Seria o papel de um Presidente da República vir a público explicar claramente o que se discutiu na reunião da tarde desta segunda-feira. O ocupante do cargo, no entanto, não apenas já demonstrou não ter capacidade maior que para histrionismos autoritários, como visivelmente não controla nem o governo, nem seu ridículo núcleo incendiário.Se o vice, Mourão, representa de fato a voz do novo comando, deve assumir a responsabilidade de prestar os esclarecimentos, como convém minimamente a um regime democrático.
Sem alguém que assuma o papel de esclarecer à nação por onde passam agora as decisões, a alteração da política de saúde de emergência pode aumentar a faísca de desobediência civil nos estados e desorganizar de maneira irreversível não só o combate à pandemia, mas qualquer plano para o país no médio prazo.
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