ANTÍO, FÍLE

 O adeus a Fernando Vannucci, um grande jornalista, um grande amigo. 

Fernando Vannucci (arquivo pessoal)

Foi na final dos 200 metros, três nadadores. Clodoaldo Silva venceu com grande vantagem. Mas foi o medalha de bronze quem mais me comoveu, e ao Vannucci.

O mexicano era apenas cabeça e tronco. Começamos maravilhados a trocar impressões sobre a força de um sujeito assim tomar coragem de pular numa piscina, criar a própria técnica e disputar uma paraolimpíada. Desta empatia não nos desgrudamos mais.

Sempre acompanhado da esposa, rimos da dificuldade de escolher o prato diante da búlgara que só falava a língua nativa e apresentava o cardápio em grego. Dos bons restaurantes no Pireu ao Varvakios, um mercadão em Atenas, experimentamos de tudo, regado a ouzo, metaxa, vinhos, coisas que se faz com grandes amigos.

Subimos monte em Delfos, pegamos o carro até Corinto, e o esporte, quando não estávamos a trabalho, futebol de cegos. Não perdemos um jogo do Brasil. Partimos depois de um chopinho sob a lua cheia delineando a acrópole.

A amizade veio junto, mas os encontros rarearam, Vannucci foi se resguardando. E nessa de uma hora a gente se encontra, ele foi.

Então, adeus, amigo. Ou, como se diz por lá, antío, fíle.


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