Câncer derrota ex-jogador Gilmar, a cara alegre do corintiano sofredor.
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Gilmar Fubá: 131 jogos e 4 gols pelo timão Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians |
O treino do Corínthians, quando não trazia novidades
técnicas ou táticas, nem qualquer outro fato que fosse notícia, os repórteres
sabíamos, era só tocar para o Gilmar. De chutão, ele afastava a pasmaceira. Foi em dia despretensioso que revelou como a
mãe lhe ensinou a driblar a fome com uma mamadeira de água com fubá, caso que
tornou a farinha seu sobrenome.
Grande e largo como um defensor deve ser, cara de mau, como
deveria ter, não tinha. Era um molecão pronto para brincar a qualquer momento,
com naturalidade incomum. Cria da zona leste, lapidado no terrão do clube, onde
aconteciam as peneiras e a semeadura de novos talentos, Gilmar fugia dos
padrões.
Alegria
Para quem vinha do carente bairro do São Mateus, Gilmar
tinha alegria demais. Não cultivava o tipo aguerrido e sofredor do corintiano,
tinha sempre o sorriso estampado. A maior de suas qualidades, decerto, não
mostrava com a bola dos pés. Não foi titular absoluto, mas insubstituível na
arte de rir de si mesmo. Assim cativava a todos, e bastou para a conquista dos
campeonatos Paulista de 1997 e Brasileiros de 1998-99, além do Mundial de 2000.
O currículo o levou a outros clubes brasileiros e do
exterior, como o Schalke 04, da Alemanha, e o Ulsan Hyundai, da Coreia do Sul.
Voltou aposentado para o time do coração, onde trabalhou nas categorias de base
e jogou na equipe master.
Fubá e o câncer
Desde 2016 Gilmar tratava de um câncer na medula óssea,
descoberto por acaso em exames para o tratamento de pneumonia. Houve um período
que acreditou ter vencido a doença, mas acabou derrotado por ela aos 45 anos de idade.
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