Projeção atualizada do blog indica a morte de 6 milhões de brasileiros até o sucesso da estratégia de Bolsonaro quanto à Covid-19.
Em 21 de junho do ano passado, o blog projetou o número de
mortos necessários para que a política negacionista com o fim de levar à
imunidade de rebanho desejada pelo governo Bolsonaro. Naquele período, o
governo precisaria de 7 milhões e 200 mil mortos para que o país, segundo acrença oficial, se livrasse da peste.
A projeção foi baseada nos cerca de 30 mil casos então confirmados,
quase todos idosos, e na taxa de mortalidade (4,9%) registrados pela Fundação
Johns Hopkins. O cálculo levou em consideração o descontrole, a falta de
testagem e a probabilidade de espalhamento do vírus a todo o território
nacional e a todos os segmentos da população, graças à insistência oficial.
Mudança de cenário
Desde então, descobertas sobre o tratamento de doentes,
subnotificações e a recusa de grande parte de estados e municípios em aceitar
as orientações do ministério da Saúde, a taxa de mortalidade declinou para os
2,7% atuais, segundo a mesma Johns Hopkins.
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Taxa de mortalidade no Brasil elaborada por Fund. Johns Hopkins |
Sob os mesmos critérios, a atualização da projeção levaria o negacionismo a esperar 5 milhões e 724 mil mortos no Brasil até que a pandemia arrefecesse.
O comportamento do presidente Bolsonaro, atacando as iniciativas de isolamento, o uso de máscara e a vacina, e defendendo o reprovado tratamento precoce, insinua que ele ainda crê na estratégia da imunidade de rebanho, apesar do mísero avanço racional nas ações do ministério da Saúde.
A imunidade, que se esperava através do contato de ao menos
70% dos brasileiros com o coronoavírus, tornou-se obsoleta ante ao crescente
número de reinfectados. Somado aos efeitos ainda não bem apurados da vacinação,
à falta de organização e de imunizantes, a projeção perde força.
Tendência da curva de mortes pela Covid-19
A realidade mostra ascendência quase vertical da curva de
mortes por Covid-19. Na velocidade atual, a marca das 500 mil vidas perdidas
para o vírus pode ser alcançada em junho. As mutações têm apresentado variações
virais mais contagiosas e capazes de abater também os mais jovens. Isto
bastaria para levar o país a contar mais que os quase 6 milhões de vítimas
fatais calculados.
Por outro lado, uma guinada do governo federal no combate ao
coronavírus poderia conter o genocídio, evitando tantas perdas. Esta,
no entanto, é a hipótese menos provável para um governante absolutamente
insensível aos números macabros.
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