Elza soares morre aos 91 anos no Rio de Janeiro
Quis escrever sobre Elza. Não deu.
Sua vida foi um
clichê do trágico viver brasileiro.
Triste demais. Tanto sofrimento, superação, volta por cima.
Tanto, por quê?
Se para sempre não conheceu a paz, que ao menos descanse.
Passei algum tempo, enquanto tentava escrever, pensando sobre até onde ela poderia ter chegado com sua arte sem tantos obstáculos.
Percebi que, mais que exemplo de força, seu legado é a pergunta: por que, a esta altura do desenvolvimento da humanidade, alguém ainda precise despender tanta energia para simplesmente viver com dignidade, produzir em paz, sem porrada, discriminação?
Em seus últimos trabalhos, apontou estarmos cercados de
Elzas tão fortes quanto, só não tão visíveis. E que não queria mais exemplos
como foi, mas nenhuma que passasse pelo que passou.
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