Nem a Fifa tem o direito
de lamentar e se desculpar pelo confronto no jogo entre o Atlético Paranaense e
Vasco. Foi ela quem escolheu convidar o mundo para vir ao país da insegurança e
da desorganização para acompanhar a Copa do Mundo.
Há cerca de 20 anos o país assiste a cenas da selvageria, e
boa parte da população tem se posicionado mais efetivamente deixando de ir aos
jogos. A média de público nos estádios do país do futebol neste brasileirão é
de menos de 15 mil torcedores. O povo
fez sua parte.
Ao governo federal, à esta altura, caberia se solidarizar
com as famílias das vítimas – incluindo os que foram ao estádio apenas para ver
uma partida - e colocar à disposição o
aparato federal de segurança para investigar o confronto e punir exemplarmente
os culpados. É notória a ligação das
torcidas organizadas com cartolas, bem como é pública a disputa de poder nos
clubes, e não se pode descartar a possibilidade de uma agitação insuflada a fim
de desgastar uma diretoria.
Cobrar interferência mais profunda desta instância implica na gestão estatal do futebol. Não é o
caso discuti-lo no calor do momento. A responsabilidade dos estados é que deve
estar na berlinda, graças a medidas inócuas como o Jecrim, o juizado instalado
nos estádios em São Paulo, e a obtusidade da ideia de deixar a PM longe das
arquibancadas, como se viu em Santa Catarina.
O Ministério Público estadual, que teria recomendado a
estratégia em Joinville, negou a instrução após o ocorrido. A justiça
desportiva acena com o fechamento dos portões por até 20 jogos. A CBF lamentou
e repudiou a batalha nas arquibancadas.
Todas as instâncias envolvidas, omissas na prevenção e
frouxas em episódios anteriores, mais uma vez alardeiam indignação e se
apressam a anunciar reações. Cinismo.
Fazem os torcedores honestos de idiotas, e exalam idiotia se
acreditam que a opinião pública os leva a sério. Todos os limites de tolerância
foram rompidos. Não há outra forma de lidar com o caso senão com investigação e
julgamento rápido dos envolvidos na batalha, além de punição rigorosa e
irrecorrível às agremiações. O Atlético
Paranaense deveria no mínimo ser eliminado do grupo a disputar a Libertadores. O Vasco, iniciar o campeonato brasileiro da
série B com pontuação negativa.
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