Trancos


Marina descendo a ladeira fez Aécio pegar no tranco. O candidato do PSDB vinha abusando do direito de ser mineiro e tucano, atirando sem muita contundência contra as duas candidatas principais, dispersando forças.  O ânimo o ajudou a encontrar um norte.
 Mirando Dilma, fez a melhor apresentação pública desde o início oficial da campanha. Se terá tempo de reconquistar o favoritismo para ir ao segundo turno, especialmente priorizando o eleitor petista em vez do de Marina, cujo perfil lhe é mais familiar, é outra questão.

 A candidata à reeleição não achou resposta ao ser corrigida por Aécio sobre a autonomia da Polícia Federal na apuração das denúncias de corrupção na Petrobras, mas se impôs sobre Marina, cumprindo o objetivo de abafar a segunda melhor posicionada nas pesquisas. Acuada pelos ataques de que vacila em decisões cruciais, a ambientalista murchou.

O índice médio de audiência do debate, em levantamento prévio do Ibope, girou na casa dos 8%. O uso provável que as campanhas farão dele no horário político podem otimizar a repercussão inicialmente baixa, salvo o espetáculo reacionário do candidato do PRTB, sucesso de citações nas redes sociais.

Na reta final, as parcas propostas deram de vez lugar às promessas etéreas e aos ataques, eficazes no quadro de movimentos bruscos, ainda que circulares. Embora o retrato delineie PSB X PT no segundo turno, o avanço de Aécio e mesmo definição no primeiro turno com Dilma não podem ser descartadas.  Uma chacoalhada vigorosa de lá, cá ou acolá seria determinante, pois os especialistas contam no mínimo 10% do eleitorado voando.
Estão previstas mais sete pesquisas eleitorais e um debate na TV até sábado, dia das eleições. Devemos chegar às urnas assim, de tranco em tranco.

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