... Que não falei de flores

Crônica
Associar a primavera às mulheres pode até soar misógino se a primeira imagem é a delicadeza da flor.
 Penso na lufada de ar fresco e na generosidade das novas cores desabrochadas na mobilização organizada feminina contra o feminicídio, a violência doméstica e o fascismo nas redes e nas ruas. 

Das que abrem mão do conforto da unanimidade popular pela beleza e talento para tomarem lado em ambiente polarizado. Mas tenho admirado mais as que têm regado a terra. 

Três mulheres de vivências, experiências e orientações ideológicas distintas nesta semana, em especial. Os artigos de Monica de Bolle, para a revista Época, e Laura Carvalho, para a Folha de São Paulo, e a entrevista de Kátia Abreu para o Valor formaram com as flores miúdas do conhecimento profundo um grande buquê Brasil. 

Outras duas iluminaram a florada: o perfil do economista Paulo Guedes por Malu Gaspar para a Piauí, e a revelação das propostas que ele vinha apresentando a portas fechadas, por Mônica Bergamo.

 Não daria para abrir a estação sem dizer isso.