Bolsonaro não tem mais que o poder de demitir ou nomear no
governo.
Se um Presidente da República não tem necessariamente que conhecer a
fundo de economia, saúde, educação, etc., é mandatório que tenha habilidade
política para lidar com integrantes dos outros poderes e liderança sobre seus auxiliares.
Definitivamente, ele é incapaz para o cargo que exerce.
São dezenas os exemplos da inaptidão, demonstradas nas
trombadas com o Congresso, o STF e conflitos com seus ministros.
Depois de
negligenciar sobre a gravidade da pandemia do Covid-19, e por isto ter sido simbolicamente deposto por
um imigrante haitiano, tentou publicamente emendar a crise com a apresentação
de medidas técnicas sobre as quais nitidamente não tinha sequer familiaridade.
Ainda que a pandemia tenha características inéditas, atordoando
a todos mundo afora, a um verdadeiro timoneiro caberia estabelecer a linha de
condução das medidas que levassem à sensação de segurança do povo. As propostas
apresentadas pelos ministros foram flagrantemente mal discutidas e costuradas.
A pasta da Economia encontrou na contabilidade R$ 200,00/mês
de auxílio a informais. De saída, parece inócua. O que Bolsonaro pensa, não se
sabe, pois não esboçou sequer alguma defesa. Assim como passou ao largo da
atitude de Mandetta, da Saúde, de confrontar a recomendação da OMS de testar
todos os suspeitos de portarem o vírus. A Justiça, pela segurança pública,
regrou a prisão de quem descumprir as determinações que buscam neutralizar o
contágio.
Em linhas gerais, quem trabalha informalmente terá que se
virar com uma cesta básica teórica e, se sentir mal, não terá como fazer o
teste, mas, se espirrar na rua, pode ir para a prisão. Como o valor será distribuído, o que fazer se
aparecerem os sintomas, e quem fiscalizará as determinações não estão claros.
A entrevista que se seguiu ao pronunciamento, estranhamente,
não questionou a contento as medidas. Serviu apenas de apoio à intenção real do
movimento.
O propósito maior do evento foi negar a perda de controle de
Bolsonaro sobre o Executivo.
Parece que não deu certo. Só de termos chegado ao
ponto do filho deputado Eduardo ter que reclamar nas redes sociais do
comportamento do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que de fato tem agido como
condutor do Executivo, o Presidente revelou que vê o fim de seu mandato.
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