General preso foi atendido e irá a Brasília confrontar versão premiada de tenente-coronel
Réus do Núcleo Crucial no STF (Fellipe Sampaio/STF) |
O ministro do Supremo Tribunal Federal -STF- Alexandre de Moraes autorizou, nesta terça-feira (17/6), a realização de uma acareação entre o tenente-coronel Mauro Cid e o general da reserva Walter Braga Netto.
A medida foi solicitada pela defesa de Braga Netto para esclarecer supostas contradições no depoimento de Cid. Moraes marcou a audiência para o dia 24 de junho.
Segundo a determinação, Braga Netto deve comparecer pessoalmente, mediante a instalação de equipamento de monitoramento eletrônico, devendo se deslocar na segunda-feira (23/6) e retornar à unidade prisional logo após a acareação. O réu deverá indicar o local onde ficará hospedado e não se comunicar com qualquer pessoa que não seja seu advogado.
General e Coronel são do grupo mais próximo a Bolsonaro
Braga Netto está preso preventivamente desde dezembro de 2024 e responde como um dos 31 réus acusados de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Mauro Cid, que com ele integra o Núcleo Crucial da tentativa de golpe, firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal e é uma das principais fontes da investigação.
O ponto divergente mais importante dos interrogatórios é a negação do general de que teria fornecido dinheiro vivo em uma embalagem de vinho a dois homens acusados de participarem da suposta emboscada ao ministro Moraes.
A linha principal da defesa do Núcleo Crucial é desqualificar a delação de Cid, base das investigações da Polícia Federal e das denúncias da Procuradoria-Geral da República – PGR.
O acordo de delação, que previa pena menor de prisão para Cid, está em risco de anulação. Ele teria usado uma rede social com perfil falso para conversar sobre os depoimentos, o que estava proibido pelo STF.
Os acusados afirmam que as declarações sobre a organização de golpe são falsas. Cid chegou a ser preso na última sexta-feira (13/6) sob suspeita de que pretendia fugir do país com ajuda do ex-ministro do Turismo.
Acareação entre Anderson Torres e general Freire Gomes
Anderson Torres, ex-ministro da justiça, e o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, também vão ser acareados a pedido da defesa de Torres. Ele nega que a chamada minuta do golpe encontrada em sua casa fosse documento encaminhado ao Núcleo Crucial a fim de chancelar a intervenção.
Freire afirma que a viabilidade da intervenção foi discutida com cópias do documento distribuída para a cúpula das Forças Armadas. Anderson era o responsável pela segurança do Distrito Federal, enquanto secretário distrital de Justiça, quando ocorreu a invasão em 8 de janeiro de 2023.
(com informações da Agência Brasil)
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