Investigação revela esquema de monitoramento clandestino de opositores e uso do órgão para desacreditar sistema eleitoral
Jair empossa Ramagem na Abin em 2019 (Valter Campanato/Ag. Brasil) |
O ministro do Supremo Tribunal Federal – STF, Alexandre de Moraes, encaminha à Procuradoria-Geral da República -PGR - relatório que aponta espionagem comandada por Jair Bolsonaro e o filho Carlos.
A Polícia Federal concluiu inquérito indicando os dois como integrantes de uma organização criminosa que comandava ações ilegais na Agência Brasileira de Inteligência - Abin. A informação veio à tona após retirada do sigilo do documento por Moraes, relator do caso.
Segundo as investigações, o esquema funcionava durante a gestão do ex-diretor Alexandre Ramagem. O hoje deputado pelo PL do Rio de Janeiro, réu na ação penal da trama golpista, foi novamente indiciado.
Abin Paralela usava First Mile
O grupo utilizava policiais federais e servidores de confiança cedidos ao órgão para realizar vigilância clandestina contra opositores políticos e disseminar desinformação sobre o sistema eleitoral. Na ação era usado o programa de monitoramento First Mile, software israelense cuja compra causou controvérsia por temor de uso indevido como indica agora a PF.
O objetivo seria beneficiar o então presidente Jair Bolsonaro, de acordo com o relatório. Ele não foi indiciado junto a um grupo de mais de 30 suspeitos por já responder processo por tentativa de golpe de Estado.
A atual cúpula da Abin também foi atingida pelo indiciamento. O diretor-geral Luiz Fernando Correa e o corregedor José Fernando Moraes Chuy foram acusados de tentar obstruir as investigações.
A Procuradoria-Geral da República - PGR, ao receber o documento decidirá se apresenta nova denúncia ou incorpora o caso às ações penais existentes sobre a trama golpista.
A Abin não se pronunciou sobre o caso. Carlos Bolsonaro repetiu em redes sociais o argumento usado pelos acusados de golpe de Estado, como já publicamos no Blog.
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