Em meados de 1987, este escrevinhador, foca recém-chegado a Belo Horizonte, recebeu a ordem de tentar repercutir com a Federação das Indústrias de Minas Gerais uma das dezenas de novas medidas econômicas que brotavam feito olhos d’água na serra da canastra.
Entrevista rápida, curta, a tempo de entrar no telejornal da noite que iria ao ar em pouco menos de uma hora.
Passavam das seis da tarde, o expediente da Fiemg já tinha terminado. Encontrei apenas um senhor, de pé no corredor do andar da presidência ,conversando calmamente amenidades com uma repórter. Eu ainda não conhecia o prédio, tampouco José Alencar pessoalmente. Me dirigi à conhecida:
- Oi, com licença, sabe onde posso encontrar a sala da vice-presidência? Preciso de uma entrevista rápida com o senhor Alencar...
Ao que a repórter insinuou me responder, foi rapidamente cortada pelo homem:
- A sala da presidência é ali, mas a esta hora não tem mais ninguém aqui. Já fechamos o expediente...
- Precisava de uma entrevista...
- Pois é, ele já foi embora...
Desolado, agradeci a informação e me virei para tomar o elevador, quando ouvi risos. Voltei o olhar para os dois e homem tratou logo de mais uma vez se adiantar na conversa:
- José Alencar sou eu, rapaz, vem cá pra gente fazer a entrevista ...
1 Comentários
Cheguei a ver a cena, Lívio, tão bem foi descrita. Cheguei a ouvir as vozes, sua e dele.
ResponderExcluirDe lambuja, cabeça deu uma rodopiada no tempo, acho que justamente pelos 1987, por ali. Euzinha, bancária caxiona (e isso não mudou tanto assim), saída aos prantos de Juiz de Fora, onde deixei amigos acima do que chamo de queridos ou amados, encontrei certo foca ainda ao estilo meio hippiezinho (bata branca), hoje escrevinhador, dia de semana, dia de trabalho corrido, horário de almoço, Cantina do Lucas, Ed. Maleta... Lembro-me nitidamente desse encontro inesperado, coincidência que me deixou feliz pelo resto do dia.
Muito bom te ler. Beijo,